Por que os homens não falam sobre saúde... e o impacto disso nas empresas.
- GRAZIANO ANDRADE

- há 55 minutos
- 3 min de leitura

Passei anos ouvindo minha família comentar “o problema que meu avô teve na próstata”. Todos falavam da viagem para Brasília, do tratamento, da correria… Mas ninguém falava a palavra câncer. Levei décadas para perceber que, para boa parte de uma geração, o nome da doença é mais assustador que a própria doença. E foi só numa conversa com meu namorado, que é médico, que me dei conta de algo maior: por ter ascendência negra, minhas chances são maiores. E, aos 40 anos, eu precisaria iniciar meus exames preventivos. Foi aí que percebi que o silêncio não era só da minha família. Era de um país inteiro.
O tabu existe, mas as consequências dele são práticas e caras. Mesmo com campanhas de Novembro Azul, com ações dentro das empresas e com informação disponível no SUS, ainda existe um abismo entre saber e fazer. Percebi isso nas últimas semanas: depois que um vídeo meu sobre o tema viralizou, vieram conversas profundas com amigos, colegas e desconhecidos.
E quase todos os homens relataram a mesma coisa:
não foram educados para falar de vulnerabilidade
não sabem como abordar saúde masculina
sentem medo e vergonha de admitir fragilidade
aprendem a normalizar dor e ignorar sintomas
só buscam ajuda quando algo já está avançado
E isso não é “falta de interesse”. Isso é cultura.
Enquanto mulheres crescem fazendo acompanhamentos desde a adolescência, os homens são criados no discurso do “aguenta firme”, “isso passa”, “não reclama”.
O resultado? Prevenção zero. Cura tardia. Custos elevados. Famílias abaladas. Empresas impactadas.
E dentro das empresas, o problema ganha outra dimensão
Aqui está o ponto em que a conversa doméstica vira pauta organizacional:
homens adoecem em silêncio
evitam exames periódicos
faltam ao trabalho tardiamente, quando a doença já avançou
aumentam custos de afastamento e assistência
deixam times desestruturados
escondem sintomas por medo de julgamento
Não é sobre saúde masculina. É sobre cultura organizacional.
Ações nas empresas não devem substituir o médico, devem preparar o homem para chegar até ele
Campanhas institucionais são fundamentais, mas não resolvem a raiz: A dificuldade do homem de admitir vulnerabilidade. Antes da atitude de marcar um exame, existe a necessidade de quebrar o silêncio. De criar ambientes seguros para conversar. De usar exemplos reais, histórias, vivências e narrativas humanas.
É por isso que o exemplo arrasta muito mais do que qualquer cartaz azul no corredor.
Aos líderes, RHs e empresários: aqui está o ponto cego
Se queremos reduzir absentismo, melhorar saúde emocional e prevenir tragédias silenciosas, precisamos:
trazer vozes masculinas que viveram o processo
incluir quem tem histórico familiar
mostrar homens que se cuidam sem perder masculinidade
apresentar vulnerabilidade como força, não fraqueza
fazer com que saúde seja conversa, não susto
colocar autocuidado dentro do verniz da cultura da empresa
Homens aprendem pelo exemplo, não pela orientação. Aprendem quando veem alguém dizendo: “Eu também tive medo. Eu também adiei. E isso quase custou caro.”
Autocuidado também é atitude
E atitude dentro e fora das empresas é cultura, comportamento e consciência. Se queremos homens mais saudáveis, precisamos ensinar que cuidar do corpo não diminui ninguém. Pelo contrário: fortalece equipes, famílias e organizações inteiras. Esse é o trabalho. Essa é a conversa que precisa continuar.
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